пятница, 30 декабря 2016 г.

Feliz Ano Novo! Grande 2017 para vocês!

O ano de 2016 foi um ano bissexto e foi um ano da confusão:

a Europa ficou confusa com Brexit,
os EUA ficaram confusos com o protagonismo de Trump e Sanders,
a Rússia fica confusa pela guerra civil na Ucrânia.

Os cisnes pretos de Taleb continuam voando sobre o mundo. O fantasma de nazismo volta a rondar pelos países do "centro do sistema-mundo".

Ao mesmo tempo o ano 2016 não foi ruim para a Rússia em que pese a pressão do Ocidente. Os padrões duplos das elites do Ocidente já são evidentes para os mesmos povos ocidentais, os povos demandam a mudança de suas elites. Neste sentido a Rússia, como sempre, está na moda, é um sistema alternativo e mítico.

O prestígio geopolítico da Rússia é alto: o grupo governante de Putin não traiu nem aos pró-Rússia na Ucrânia, nem ao grupo de Assad na Síria.

A Rússia faz tudo que é possível para manter a paz com a Turquia, o Japão e a China - que são frentes possíveis da guerra pela Sucessão Russa.
A legitimidade do grupo de Putin também é bastante alta dentro do país. O exemplo da Ucrânia está diante dos olhos: ninguém quer a arcaização da sociedade mediante um golpe dos radicais neonazistas semicriminais, ninguém quer a destruição de seu país.

A legitimidade do grupo de Putin é alta, em que pesem os muitos problemas que são óbvios para todo o mundo. A degradação do sistema de controle é um destes problemas: aí está a tragédia com avião militar Tu-154, os 2 acidentes com os Su-33 do porta-aviões "Admiral Kuznetsov", a morte em massa de mais de 70 indigentes pela intoxicação com metanol, etc.).

Ideologicamente o grupo de Putin continua trabalhando sem estratégia séria: não há entendimento de nossa sociedade, nem diálogo sobre o nosso futuro. Eles continuam a restauração/clericalização e des-sovietização/des-modernização forçadas. Ao mesmo tempo Putin sempre está disposto a se refugiar na nostalgia da URSS. O putinismo é "vermelho" para a plebe e "branco" para as elites [*.]

Nesse contexto o ano 2017 promete uma dinâmica da polarização da sociedade russa. No ano 2017 vamos celebrar o aniversário 100 da Grande Revolução de Outubro de 1917. O período soviético vilipendiado pelas elites virou um mito para a maioria aplastante dos russos, que não encontraram seu lugar depois da Reforma Devastadora dos anos 90. Vamos ver uma "guerra de narrativas" entre os liberais, nacionalistas, patriotas e comunistas.

Além disso o auto-análise dos russos vai coincidir com uma abertura global: entre 17 de junho e 2 de julho de 2017 a Rússia sediará a Copa das Confederações FIFA de 2017.

Resumindo, o ano de 2017 é um ano em que, mais do que nunca, vale a pena vir para a Rússia! Vai ser muito interessante! 

O mundo está mudando sua pele, a Rússia é o melhor lugar para sentir essa dinâmica.

*. Leia mais sobre a ecléctica de putinismo: